Algumas palavras...

"O Céu é um grande livro, aberto, pelo amor de Deus, à inteligência do homem." Dr. Serge Raynaud de La Ferriè

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sobre Símbolos Sabeus



SÍMBOLOS SABEUS
Os sabeus eram um povo semita que, em data desconhecida, entraram na Arábia setentrional vindos do norte e fundaram o Reino de Sabá no território do atual Iêmen, cerca de 370 Km a noroeste de Áden. A civilização dos sabeus principiou entre os séculos XII e X a.C. e seus governantes são mencionados nas crônicas Assírias de fins do século VIII e início do século VII a.C.. Os sabeus deixaram uma expressiva quantidade de inscrições que cobrem cerca de 1300 anos de sua história e só terminam com a extinção do reino, no século VI a.D.. Todavia, as informações contidas nestas inscrições não permitem traçar uma idéia precisa do que foi a sociedade sabéia e deixam margem para muitas dúvidas.
Linguagem e escrita
Inscrição sabéia endereçada ao deus Almaqah, mencionando cinco deuses da Arábia do Sul, dois soberanos reinantes e dois governadores, século VII a.C.O sabeu era uma linguagem do ramo semítico. Possuía um alfabeto elegante composto por 29 caracteres, os quais foram posteriormente adaptados para a criação do "Giiz", uma espécie de latim da Etiópia (o "Giiz" não é mais uma língua viva desde aproximadamente o século X a.D., todavia ainda seja usado como língua litúrgica pela Igreja Ortodoxa Etíope).
Da mesma forma que o árabe e o hebreu, o alfabeto sabeu incluía somente consoantes (sílabas, na verdade), e diferentemente destes, não possuía nenhuma indicação de vogais. Na maioria das inscrições, é escrito da direita para a esquerda (embora algumas outras também apresentem o estilo "boustrophedon", ou seja, da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, como quem ara um campo).
Os sabeus são citados várias vezes na Bíblia: como um povo distante (Joel, 3:8), com mercadores afamados (Ezequiel, 27:22-3; 38:13 e Jó 6:19) que exportavam ouro (Isaías 60:6, Salmos 73:15 e Ezequiel 38:13), pedras preciosas (Ezequiel 27:22), perfumes (Jeremias 6:20), incenso (Isaías 60:6) e talvez comercializassem escravos (Joel, 3:8). A genealogia do Gênesis da Bíblia mais confunde do que explica a ascendência de Sabá, o ancestral epônimo dos sabeus. O Gênesis indica três origens distintas (o que também aponta para regiões geográficas distintas):
*filho de Raamá e neto de Cuxe (Gênesis 10:7)
*filho de Joctã e tataraneto de Sem (Gênesis 10:8)
*filho de Jocsã e neto de Abraão, por parte de Quetura (Gênesis 25:3)
O historiador grego Estrabão, em sua obra Geografia, acrescenta informações curiosas sobre os sabeus, baseando-se nas informações de Eratóstenes (século III a.C.). Eles viviam num território situado entre o Reino Mineano e o Reino Qatabano. A capital do reino, Marib, estava situada no topo de uma colina arborizada. O país, como seus vizinhos, constituía-se numa florescente monarquia ostentando belos templos, palácios e casas que lembravam as dos egípcios. A forma de sucessão ao trono era peculiar: o herdeiro manifesto não era o filho do rei, mas o primeiro filho nascido numa família nobre após a coroação do soberano. O rei era também o juiz, mas não podia deixar o palácio, sob pena de ser apedrejado até a morte.
Governo e sociedade
Ao relato sobre o sistema de governo descrito por Estrabão, as inscrições sabéias acrescentam pouco. A palavra para "nação" era khums (quinto), o que parece indicar uma antiga divisão da Arábia (ou de uma de suas regiões) em cinco partes. O povo era dividido em tribos ("shi'b"), as quais, por sua vez, eram compostas por "décimos" e "terceiros". Os governantes, a princípio, designavam-se "malik" (rei), e posteriormente, "mukarrib" ("rei-sacerdote" ou "unificador"?). Todavia, mesmo tribos e cidades pequenas parecem ter tido seus próprios reis.
A estrutura social sabéia parece ter se baseado num sistema feudal, onde as grandes famílias possuíam vastas extensões de terra, castelos e torres, e onde os chefes destas famílias dividiam com o rei o direito exclusivo de aprovar a construção de novos castelos. Todavia, parece ter havido um certo princípio igualitário, onde a condição feminina era tida em alta conta (as esposas dos nobres eram muitas vezes chamadas de "senhoras do castelo" e existem várias representações de homens e mulheres divertindo-se em aparente igualdade de condições). Estrangeiros eram admitidos em sua sociedade, na qualidade de clientes, e havia abundância de escravos. Os sabeus não praticavam a poligamia, mas não rejeitavam a instituição do concubinato.
Religião e arte
"Homem de bronze" encontrado em Al Bayda', Iêmen (antiga Nashqum, Sabá). Séculos VI-V a.C. Museu do Louvre.A religião dos sabeus, embora admitisse uma multiplicidade de deuses, parecia estar centralizada em torno de uma divindade suprema denominada Almaqah. Especulava-se que seria um deus lunar, mas os símbolos de uma cabeça de touro e vinhas que aparecem associadas a ele, indicam que tratava-se realmente de um deus solar.
A arte sabéia, embora revelasse maestria em algumas áreas (como a cunhagem de moedas a partir do século V a.C.), carece de originalidade e trai a influência das civilizações circunvizinhas.
Comércio e colônias
Os sabeus eram conhecidos como mercadores bem-sucedidos e tinham um monopólio sobre bens "exóticos". Com a domesticação do camelo (por volta de 1400 a.C.), grandes caravanas sabéias começaram a percorrer a borda do deserto tomando o rumo norte. Esta rota comercial, que tinha a proteção dos reinos ao longo do caminho, tornou-se conhecida como "Estrada do Ouro e Incenso", e ligava a Índia ao Egito e ao norte da Síria, passando por Marib. Entre as mercadorias de luxo providas pelos comerciantes sabeus, estavam especiarias, ébano, seda, tecidos da Índia, madeiras raras, plumas, peles de animais e ouro do leste da África.
Durante séculos eles controlaram o estreito de Bab el Mandeb, que leva ao Mar Vermelho. Também estabeleceram muitas colônias nas costas da África, o que pode explicar a existência da outra Sabá, a cuxita. O facto de que a Abissínia foi povoada a partir do sul da Arábia foi provado lingüisticamente. As diferenças entre os idiomas sabeu e etíope implicam que o assentamento original havia ocorrido há muitos séculos, tempo no qual os abissínios foram expostos a influências estrangeiras. Novas colônias sabéias apareceram na costa da África em épocas relativamente tão recentes quanto o século I d.C..
Todavia, com a mudança feita pelos governantes do Egito, os Ptolomeus, que no século I d.C. trocaram a rota comercial da Arábia Meridional por uma estrada que ligava Alexandria diretamente ao restante do Egito, começou o processo de declínio dos sabeus.
Agricultura e decadência
Restos dos sistemas de irrigação dos sabeus são ainda visíveis no seu antigo território. Um sistema de grandes diques, dos quais o maior estava localizado em Marib, permitiu que a agricultura prosperasse numa região onde a água é escassa.
A represa de Marib era uma impressionante obra de engenharia primitiva com cerca de 550 m de comprimento, construída em pedra e cantaria e dotada de comportas para controlar o fluxo da água. Ela irrigava mais de 1600 hectares de uma região densamente cultivada, e resistiu até 570 d.C., quando, por falta de conservação adequada, rompeu-se e causou grande mortandade, além de imensos prejuízos materiais. Esse desastre foi uma conseqüência, e não a causa da desintegração do estado sabeu, conforme preconiza uma lenda árabe, visto que a decadência se iniciara no século I, com a mudança da rota comercial.
O rompimento da represa trouxe a seca para a região e muitos sabeus decidiram emigrar para o norte, o que reduziu a densidade populacional e facilitou, anos mais tarde, o trabalho dos persas que invadiram Sabá.
Linguagem e escrita
Inscrição sabéia endereçada ao deus Almaqah, mencionando cinco deuses da Arábia do Sul, dois soberanos reinantes e dois governadores, século VII a.C.O sabeu era uma linguagem do ramo semítico. Possuía um alfabeto elegante composto por 29 caracteres, os quais foram posteriormente adaptados para a criação do "Giiz", uma espécie de latim da Etiópia (o "Giiz" não é mais uma língua viva desde aproximadamente o século X a.D., todavia ainda seja usado como língua litúrgica pela Igreja Ortodoxa Etíope).
Da mesma forma que o árabe e o hebreu, o alfabeto sabeu incluía somente consoantes (sílabas, na verdade), e diferentemente destes, não possuía nenhuma indicação de vogais. Na maioria das inscrições, é escrito da direita para a esquerda (embora algumas outras também apresentem o estilo "boustrophedon", ou seja, da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, como quem ara um campo).

Bibliografia
COULMAS, Florian-The Writing Systems of The World, Nova York, NY, B. Blackwell, 1989.
KOROTAEV, A. V.. Ancient Yemen : some general trends of evolution of the Sabaic language and Sabaean culture. Oxford ; Nova York, Oxford University Press (sob licença da University of Manchester), 1995.
TALBERT, Richard, ed.. Barrington Atlas of the Greek and Roman World. Princeton University Press, 2000.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabeus"
Categoria: Povos da Antiguidade

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Símbolos Sabeus - Os Sabeus era um povo semita que invadiram a Arábia, em data desconhecida, fundando o reino de Sabá.
"Símbolos sabeus" é o nome que Marc Edmund Jones deu às 360 metáforas, uma para cada grau do zodíaco, colhidas mediunicamente, por uma médium clarividente. No Brasil, os símbolos sabeus estão organizados em livro, Uma Mandala Astrológica, de Dane Rudhyar.

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