Pessoal, eis aí um profundo
texto sobre o que se deve esperar da Astrologia. O astrólogo, já falecido (nasceu
em 28.12.1951 e faleceu em 2009, dormindo), é um mineiro, que sempre teve
destaque pelas conferências e livros de Astrologia que publicou, sem dúvida é
alguém que pensava a Astrologia. Ou seja, a Astrologia que liberta, que
mostre a existência do caminho do desapego e do crescimento pessoal. Que sirva
para evoluirmos. Ah, faltou dizer, que Benedetti
era Sol e Lua em Capricórnio e o Ascendente claro, em Escorpião.
Muitas vezes, alguns
ficam chateados comigo quando bato na tecla do “defeito” de um signo, como
por exemplo, quando digo a um ariano (Sol, ASC ou Lua) que deve tomar cuidado
com a grosseria, franqueza estúpida e desnecessária,...quando digo ao taurino
que deve cuidar da teimosia e da falta de vontade de mudar, quando digo a um geminiano que deve cuidar da compulsão as mentirinhas e aprender a falar a não falar demais; quando digo a um canceriano que deve ser menos malicioso e que precisa esquecer o passado; aos leoninos para serem menos drámaticos e perceberem que o universo não gira ao redor deles; quando
digo a um virginiano que deve maneirar nas críticas gratuitas; um libriano
que deve evitar a falsidade, por covardia – “tudo pela harmonia da balança”
ou evitar as futilidades; ao escorpiano que deve tomar cuidado com o desejo
de controlar e as famosas “cutucadas com vara curta”; ao sagitariano, o
sarcasmo, deboche,...ao capricorniano a valorização desmedida de status; ao
aquariano falo no egoísmo involuntário e finalmente ao pisciano que se faz de
vítima, devendo evitar o masoquismo,... Enfim, quando falo essas coisas é
para vocês saberem o que existe em suas essências (autoconhecimento), e o que
devem trabalhar. E olhem que aqui somente fiz um resumo básico.
Mas, como sempre, os
EGOS, não compreendem minha intenção. Mas não desisto.
Por Martha Cibelli
Normose
Por Benedetti (astrólogo)
Pierre Weil, autor de
inúmeros livros de psicologia e fundador da Unipaz, e Jean Yives Leloup,
patrono da Unipaz, afirmam que a doença do século (isso foi apresentado no
século passado) é a Normose,
geradora da maioria das doenças mentais e comportamentais. Vamos emprestar
deles esse conceito e trabalhar um pouco com essa idéia.
A normose se constitui
na angústia do homem contemporâneo em ser aceito por sua normalidade, e por
causa dessa angústia surge a ansiedade, a neurose e uma série enorme de
desequilíbrios psíquicos, muitas vezes gerando somatizações perversas e
malignas.
O escritor Paulo
Coelho, em uma entrevista ao jornalista Boris Casoy, apresentou a seguinte
proposição, que exemplifica com humor a problemática da normose:
"...Se eu disser que é comum uma pessoa usar
voluntariamente um pedaço de tecido de cores berrantes amarrado ao pescoço,
que atrapalha a livre circulação do sangue e
impede os movimentos normais da cabeça vão dizer que estou
maluco, mas se eu disser que a pessoa está usando uma gravata vão me achar
absolutamente normal... é uma questão de linguagem...."
Vamos experimentar
refletir sobre a normose e suas implicações dentro de um contexto astrológico, pois a
linguagem astrológica com sua riqueza e amplitude permite, muitas vezes, uma
compreensão clara de situações que envolvem nossa existência.
1. Atualmente, muitas
pessoas têm expectativa de viver num mundo perfeito. Este estado idealizado é
bastante subjetivo, mas algumas referências podem ser escolhidas como padrões
razoáveis de perfeição. Por exemplo_aprendemos a entender a perfeição como um
caminho que não contenha obstáculos, onde cada passo seja previsível, um
caminho onde não tropecemos, onde as coisas funcionem exatamente como foi
planejado, tudo no seu lugar exato, como um lugar onde as pessoas são
exatamente o que esperamos delas e nós somos, exatamente, o que é esperado de
nós.
Muitas vezes alguns
astrólogos assim como seus clientes gostariam de acreditar que, através da
astrologia, podem, além de controlar o destino, manter e sustentar este mundo
perfeito, atribuindo significados definidos e definitivos para os símbolos
planetários, praticando uma ciência exata que permita prever aonde o próximo
nesta engrenagem vai se encaixar, com o dia e hora exatos, se possível. Uma
astrologia que permita endossar os padrões e reforçar a inércia
comportamental, fazendo com que o cidadão se sinta absolutamente normal e
integrado por ter o Sol em tal signo, possuir determinado signo no ascendente
ou uma quadratura ou outro aspecto qualquer no mapa.
Com esse tipo de
astrologia aparentemente fica mais difícil ter algum desconforto por
sentir-se diferente, fica mais fácil justificar as mazelas, os desafios, as
agruras do crescimento pessoal, e principalmente, torna-se possível nos
sentirmos seres aceitáveis, alimentando e facilitando nossa normose.
2. Um dos componentes
estruturais da sustentação dessa doença chamada normose é a família, célula
mãe da sociedade, base fundamental da composição aparente do mundo moderno.
Dentro do padrão familiar esperado pelo normótico está contido o universo de
seus relacionamentos afetivos, prática através da qual ele deve ser aceito
também como uma pessoa normal.
Quando uma pessoa
utiliza a expressão "é de família", como referência de uma
qualidade moral qualquer que o torne aceitável, ou quando um político sabe da
necessidade de pertencer a uma família para ser eleito, acontece uma
referência à família normótica, aquele núcleo que tem como base de sua
sobrevivência a submissão a um conceito de normalidade, de ser igual a todas
as outras.
A família é uma
contingência da evolução do ser, um grupo necessário à procriação e proteção
da prole, um lugar para se conviver com confiança e amor. Não é de forma
alguma uma experiência negativa. O problema começa a surgir quando a
necessidade de ser aceito por seguir um padrão de normalidade se torna mais
importante que o sentimento que mantém aquelas pessoas unidas.
Para o normótico, o
conceito de família implica na "família perfeita", aquela que
obedece todas as regras da sociedade sem questionar, geração após geração.
Mudam as roupas, muda a música, atualizam-se alguns hábitos culturais, muda a
sintaxe,
mas papai, mamãe e filhinhos continuam imutáveis
enquanto forma estática, standard. Isto é um mundo perfeito. Aqueles
que se diferenciam do padrão familiar vigente são vistos como inimigos,
ameaças à paz e bem estar da tradicional família seja lá de onde for. Cada
vez que esta estrutura é ameaçada por crises econômicas ou questões
coletivas, corremos para o horóscopo, convocamos
o terapeuta, acessamos imediatamente todos os oráculos disponíveis, que num
mundo perfeito, com as engrenagens certas e os parafusos nos lugares, tem que
funcionar, e esperamos deles respostas para a compreensão dos momentos de
vida que sustentem a necessidade de padrões.
Existe uma prática
astrológica conivente com a normose. É aquela astrologia que descreve a
pessoa dentro dos códigos dela, não propõe jamais uma mudança de paradigma,
justifica tudo através da descrição acomodativa e deixa todo mundo satisfeito
por ser como é.
É aqui que quero chamar a atenção de todos vocês deste Grupo. Um
Mapa Astrológico nos dá o autoconhecimento, certo? Mas, nem por isso, devemos
nos acomodar nos lados yang de nossa química pessoal e desprezar o lado yin.
Ou seja, devemos trabalhar em nós mesmos o nosso lado sombra. Assim
certamente vamos evoluir nesta existência.
Afirmações do tipo:
"você é assim porque é de Virgem", ou "esse problema existe
porque você tem uma quadratura de Marte", ou ainda "fica tranqüila que esse
problema só existe porque vem de outra encarnação, é karmico!", são típicas dessa astrologia que não
conduz ninguém à liberdade e à transformação pessoal, apenas mantêm o mundo
exatamente como ele é há séculos ou talvez milênios.
Esse tipo de uso da
astrologia, tão bem aceito no mundo moderno, reforça hábitos considerados
normais, como o consumismo, através de listas de presentes e compras, ou
então salienta a necessidade de encontrar pessoas compatíveis com seu signo
ou configuração astrológica, como é estabelecido pelo padrão
normótico
que diz
que somos todos seres parciais que precisamos de outro para sermos completos.
Essa astrologia é perfeitamente aceita pela mídia, é
elegante, não incomoda, é simpática à manutenção de valores e padrões, acalma
e acomoda. Ela faz o indivíduo se sentir normal e aceito dentro de suas limitações
e das limitações culturais impostas a ele.
O nível de exigência da
pessoa se justifica pela simples descrição de seus gostos e hábitos. Tudo
parece ser coerente e funcional, e dentro dessa coerência, fica fácil se
sentir normal e aceito, sem ter que mudar muita coisa, sem ter que tomar
nenhuma atitude ou abrir mão de nada para crescer.
3. Na natureza existe a
perfeição. Todas as coisas são impecáveis em sua relação dinâmica natural.
Cada besouro que se reproduz, cada folha que cai de uma árvore, os milhões de
corpos microscópicos que nos habitam e interagem permanentemente, tudo
mantendo e alimentando a dinâmica da vida, a dança da existência.
A perfeição da natureza
é o movimento,
a perfeição está na própria transformação constante
de tudo e todos. Existem infinitos ritmos, existe uma infinidade de
movimentos possíveis, todos absolutamente integrados entre si, tudo
interagindo dentro de uma coreografia tão perfeita que só pode ser denominada
de Divina, pois está na maioria das vezes além da compreensão de nossa
limitada capacidade descritiva. Essa constante transformação, essa mudança de
forma e intensidade, faz com que cada pétala de flor, cada ameba, neurônio,
ou célula perdida no espaço, se integrem, realizem seu papel, e a dinâmica
desta realização (e desta perfeição) é o estado de permanente transformação.
O movimento dinâmico da
natureza, quando interpretado através de símbolos e transformado em
linguagem,
é a própria astrologia, um estudo da coreografia da
vida, uma compreensão razoável da dança da natureza e da integração entre
todos os seres, animados e inanimados, como os imensos planetas em movimento,
absolutamente harmoniosos com a totalidade da vida.
O estudo da sintaxe da
natureza é chamado por nós de astrologia e essa astrologia que parte da descontextualização
do movimento natural só pode fazer sentido se aplicada ao ser em movimento
que também se proponha a se libertar de um contexto anti-natural e estático,
moribundo, para se reintegrar à dança cósmica, a dança dos elétrons, dos
átomos e das borboletas.
Uma astrologia que se
proponha a descrição mecânica e integradora do homem à normose é uma astrologia dedicada aos mortos e aos que
desistiram de crescer e viver.
4. Uma realidade social
perfeita pretende ser estática, como propusemos acima.
Parece que quase
ninguém quer abrir mão de seu "status
quo", principalmente o familiar, para viver qualquer transformação
que seu espírito esteja pedindo. Um astrólogo descritivo, daqueles que
analisa minuciosamente o mapa, descreve impecavelmente cada aspecto, cada
posição planetária, geralmente é bastante satisfatório para este grupo.
Ele ajuda a manter o
mundo perfeito absolutamente perfeito, porque se limita a descrever as coisas
no nível de exigência do sujeito, e mesmo que ele se aprofunde ao máximo, ele
aprofunda sempre a idéia de manutenção daquela perfeição...
5. Se a Natureza é
perfeita porque se transforma continuamente, então na própria mudança está a
perfeição. No entanto, se este mundo, os núcleos sociais que mantêm os
padrões, os grupos que servem de base e modelo para a estrutura da normose,
são perfeitos porque nunca mudam (aumentam, mas não mudam em sua essência)
surge então um paradoxo. Porém, a natureza é simples e transparente, não
aceita paradoxos, e vai fazer este mundo perfeito viver sua transformação,
queiramos ou não, e como geralmente não queremos, criamos nossas couraças.
Até a astrologia formal é uma tremenda couraça que tantas vezes justifica
este mundo perfeito, mas aquilo que resiste à transformação imposta pela
natureza vai se transformar à revelia, pois a deterioração também é uma
dinâmica transformadora da natureza.
Esse pensamento todo,
parte da observação de tantas estruturas desmoronando sem uma explicação mais
lógica. Usei a família como referência do mundo perfeito por ver tantas
famílias aparentemente equilibradas e harmoniosas se desfazerem sem um motivo
aparente.
Acreditamos que a insistência em ser e parecer normal, utilizando-se
da rigidez e imutabilidade como fórmula de perfeição é uma das possíveis
causas dessa desintegração, não apenas da família, mas do indivíduo que
desperdiça sua energia vital querendo parecer normal e tornando-se apenas
mais uma vítima dessa doença chamada normose.
O QUE A ASTROLOGIA PODE FAZER ENTÃO?
A problemática que se
apresenta a partir do conceito de "normose" que foi apresentado
acima é quanto à questão da objetividade e finalidade do trabalho
astrológico. Será que é possível uma astrologia que não seja conivente com a
necessidade de normalidade das pessoas? Uma astrologia que liberte, que mostre a existência do caminho do
desapego e do crescimento pessoal?
Na maior parte das vezes
existe um acordo tácito e comum sobre o significado dos planetas, casas,
signos, configurações. Este significado é universal dentre as mais diversas
áreas do conhecimento humano.
Existe uma sintaxe
coerente e prática que pode ser decodificada em inúmeros níveis de
compreensão, e graças a essa sintaxe, Aries, por exemplo, sempre estará
ligado ao impulso original, e Saturno à estrutura, exatamente por
representarem estágios perceptíveis na coreografia da natureza. Isso é atávico.
Como a astrologia
descreve personalidades, que antecipa eventos ou momentos na vida da pessoa, pode (e deve) ser um instrumento de libertação da Normose, da
necessidade de ser visto e aceito como normal?
Será possível que a
Astrologia nos auxilie a nos libertar dessa angústia tão moderna e presente?
Será possível que a
Astrologia nos permita resgatar a conexão com a dança da natureza,
ingressarmos no movimento de todas as coisas e fluirmos juntos, em vez de sermos induzidos à estagnação energética gerada
pela condição de imutabilidade exigida aos normais e previsíveis?
PENSAR E EXPERIMENTAR
A linguagem que
denominamos Astrologia, como qualquer linguagem, permite um uso criativo das
informações. Podemos entender os símbolos dentro de uma proposta de
manutenção e perpetuação de valores, justificando e endossando nossa provável
normose, ou podemos traduzir esses símbolos como um instrumento para o crescimento e a libertação de qualquer coisa que nos
oprima e represente um obstáculo para a evolução de nosso espírito.
Podemos, se ousarmos
pensar e experimentar para sairmos do lugar comum, atribuir um significado
Normótico aos planetas, e também podemos fazer uma proposta de significado
dentro de um novo paradigma.
A experimentação e as
novas propostas dentro da linguagem astrológica permitem que nos libertemos
de uma sintaxe à qual estamos praticamente escravizados e se inicie o
processo de elaboração de uma nova sintaxe, aquela que seja coerente com o
movimento natural das coisas e não com a estabilidade e conservação pura e
simples.
É importante observar
que estas duas propostas não são excludentes, ambas são válidas e integram-se
ao indivíduo, ou alternam-se. Mas, digamos que se quisermos nos libertar
desta doença, a
Normose, deveremos nos concentrar no significado libertador
do planeta, aquele que não nos vincula a um nível de exigência preso ao
passado e à eterna conservação dos valores.
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Elaborado e divulgado
pelo espaço
Astrologia_autoconhecimento
Por Martha
Cibelli
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O futuro não precisa mais de revoluções.
O futuro precisa de um novo experimento que ainda
não foi tentado.
Embora tenham existido rebeldes há milênios de anos,
eles continuam sozinhos, individuais.
Talvez ainda não fosse a hora deles.
Mas agora não só é hora, como, se não nos
apressarmos,
Já não haverá mais tempo.
Ou o ser humano desaparecerá
Ou um novo homem com uma nova visão aparecerá sobre
a Terra.
Ele será um rebelde.
Osho
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Algumas palavras...
"O Céu é um grande livro, aberto, pelo amor de Deus, à inteligência do homem." Dr. Serge Raynaud de La Ferriè
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Normose - Veja o que deve ser a Astrologia
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