Algumas palavras...

"O Céu é um grande livro, aberto, pelo amor de Deus, à inteligência do homem." Dr. Serge Raynaud de La Ferriè

segunda-feira, 21 de março de 2011

Apologia a Astrologia



Antes de mais nada, vou fazer uma “Apologia a Astrologia”, pois que sem dúvida é o sistema de AUTOCONHECIMENTO por excelência...


Etimologicamente, a palavra “astrologia” vem do grego: “aster”, de astro, estrela,... (planetas e constelações), somada à “logos”, razão, princípio,...e, em suas variantes, “vida, sol,...” . Ou seja, poderíamos combinar de diversas formas na definição da palavra, por exemplo: “Razão dos Astros”; “Princípio dos Astros”; “Origem das Estrêlas”; “Razão do Sol”;...e, por aí vai...
Percebe-se que apreender o significado de Astrologia é fácil, porém, defini-la com “idéias conceitualizadas”, por outra via, que não a metafísica, parece complicado, devido à suas “funções  tão...abrangentes”. No entanto, tentarei descrever aqui o grande “valor da Astrologia”, considerado por àqueles que atingem sua compreensão, um “Instrumento indispensável” ao Auto-conhecimento.
A astrologia, ao que tudo indica, não tem a pretensão de ser considerada ciência, tendo em vista, a definição dada – pelo homem - a tal conceito. No entanto, baseando-se nesta “definição”, realmente não podemos considerar a astrologia uma ciência, como o fez, por exemplo, os adeptos das “Psicologias”, que semelhante à Astrologia, não deveria considerar-se “ciência”, embora, indiscutivelmente tenha seu “valor”, tendo em vista que, particularmente, considero em seus métodos curativos-psiquicos, com suas classificações generalizadas, dentro de “fórmulas” limitadas, muitas vezes ineficazes, e, por seus – característicos – diagnósticos, também, abstratos, porém, quase sempre, anti-filosóficos, na media em que generalizam - adequando-se - à seus "rótulos" tradicionais. Mas, essa é outra discussão. Restringindo-me, por enquanto, à Astrologia, não podemos considerar a “Mente” do ser-humano – por ser cada pessoa um “pequeno universo complexo” - um “objeto de estudo”. E, até porque a astrologia apenas se utiliza de “cálculos matemáticos” para ter condições de posicionar corretamente os “astros” (planetas, Constelações,...) na data de um “nascimento específico”  (de seres, de cidades, de eventos,...), com seus graus exatos,...ou seja, para traçar um Mapa, ou ainda, “prever possibilidades”, em cálculos de tempo adiantados (Progressões,...), e, nesse sentido, descaracterizando a “idéia geral” de “adivinhação”, pois que são baseados nestes cálculos, que a astrologia, prevê possibilidades.
         Vejam bem, não precisamos ser Cabalista, Ocultista, Filósofo,...nem tampouco, Cientista, Antroposofista,...não se precisa de uma mente brilhante para se aperceber que existe uma ordem, à qual estamos submetidos, e que funciona através de uma inter-relação entre o homem (microcosmo) e o Universo (macrocosmo), ou, numa linguagem ocultista, mais propriamente cabalista: o Homem (microcosmo), a Natureza (macrocosmo) e Deus (Arquétipo). Basta-nos olhar para frente, para o alto, para baixo, olhar em volta,...respirar,..., observar “o dia e a noite”, com seus períodos intermediários (tarde e madrugada); “dia de sol e dia de chuva”; “Sol e Lua”, “Frio e Calor; “Nascimento e Morte”; “Causas e consequências”;...Veremos que o homem é um “pequeno mundo”, dentro de um “grande Mundo”; que vivemos, ou melhor, funcionamos (nossos corpos constitutivos: físico, psíquico, espiritual,...) em sintonia com os diversos corpos que constituem o universo, digo, em correspondência aos mesmos princípios que regem o Cosmo. Em outras palavras, estamos ligados ao universo, existindo pois, entre nós e a “Ordem Cósmica” uma constante interação de energias. Por ser o universo constituído de “Esferas” sucessivas, isto é, permeada de vários campos de energia que se interpenetram. Tal como nosso “campo de energia” se interligam entre si, e estão também, relacionados com o “campo de energia” do nosso “ambiente cósmico”.
         Cada um de nós é um “mundo” de emoções, pensamentos e desejos. São os valores internos (nosso “universo”) que dão significado – positivo ou negativo - à nossa vida. E, é a partir do AUTO-CONHECIMENTO que podemos tanto compreender a nós mesmo, aos outros, quanto compreender melhor o universo em que vivemos, e, como tudo acontece em função do que percebemos da realidade, nosso aperfeiçoamento, desenvolverá uma capacidade de influência “etérea”, que se ampliará positivamente, contribuindo com grande parte do “Todo”.
         A vida, portanto, é apenas uma interação constante entre a nossa pequena realidade e a grande realidade universal, e, este processo afeta a cada ser humano de forma diferente, conforme as “necessidades”, como “fortuna ou infortúnio” (Harmonia ou Contrariedade), e, causando/provocando, conforme a “receptividade” natural ou conquistada, prazer ou dor. Por exemplo, crises (“Desígnios Divinos”) de onde ocorrem transformações, que podem em seguida viabilizar a descoberta do próprio potencial criativo, sendo esse, condição fundamental para evolução espiritual. Entretanto, para o “Todo Cósmico”, trata-se do “clássico” ciclo dinâmico do universo – Tudo está em constante movimento... - onde os movimentos de expansão e contração se alternam num processo contínuo de evolução.
Contrapondo-se as tradições espirituais, sobretudo, orientais, incluindo a astrologia e, aos “pensadores metafísicos”, com suas evidências – por analogias – abstratas, a física clássica, conservou por muitos anos, sua “teoria sobre os átomos”, dentro das “ciências”, daí que, uma investigação experimental, no início de nosso século, provou que a “menor partícula da matéria é feita de vibração e energia”. E, como disse Fritjof Capra, a quem tive a satisfação e o orgulho de conhecer pessoalmente numa palestra na faculdade - a respeito dessa “evidência”, há muito afirmada por metafísicos - em seu célebre “O Ponto de Mutação”: “...provocou resultados sensacionais e totalmente inesperados, ao invés de partículas duras, sólidas, como eram consideradas pela teoria consagrada pelo tempo, concluiu-se que os átomos consistem em vastas regiões de espaço onde partículas extremamente pequenas – os elétrons -  se movimentam em redor do núcleo. Alguns anos depois, a teoria quântica deixou claro que mesmo as partículas subatômicas – os elétrons, prótons e nêutrons  no núcleo -  não se pareciam em nada com os objetos sólidos da física clássica. Essas unidades subatômicas da matéria são entidades muito abstratas e têm um aspecto dual. Dependendo do modo como a observamos, apresentam-se ora como partículas, ora como ondas; e essa natureza dual também é apresentada pela luz, que pode adotar a forma de partículas (quanta) ou ondas magnéticas.”
O átomo passou a ser visto como um campo de energia, e a forma que vemos de qualquer objeto é apenas a forma exterior, aparente ou a forma-onda da realidade oculta, feita de vibração de energia. Aliás, o filósofo grego, Platão, já dizia isso em sua “Mimeses (Imitação) e Metexis (Participação)”, onde concebe a relação entre as coisas sensíveis e as idéias e/ou presença da idéia nas coisas,... E, de fato, com essa “redescoberta da ciência”, a Astrologia “enriqueceu”, pois que o “campo de estudo” da astrologia sempre foi às causas e os efeitos das “vibrações” de energias.
A Astrologia usa de uma singular metodologia simbólica, para revelar a existência de uma Ordem Ulterior, mostra que existe “vibrações”, à qual estamos submetidos, e que funcionam através de “energias” que fluem entre nós e o universo. As constelações e planetas astrológicos, a priori, são modelos ou padrões de energia, comuns à toda humanidade. São princípios Universais que condicionam toda forma de vida (de minerais, de vegetais, de animais e da humanidade). Podendo aplicar-se a todo e qualquer processo, seguindo uma seqüência ordenada e coerente. Através do zodíaco (Normalmente, considerado “Círculo de animais”, devido ao termo grego “zôon” = animal, mas, para Astrologia, seria mais conveniente considerar “Círculo da Vida”, baseando-se no termo grego “zoé” = vida, existência,..., até porque, gêmeos, virgem, aquário são simbolizados por sinais humanos, e, libra, por um instrumento,...) que é composto de doze constelações, representados por sinais simbólicos que apresentam doze tipos diferentes de energia, sendo percorridos sucessivamente – no decorrer de um ano - pelo Sol, que, por meio de seus raios luminosos, com suas “correntes elétricas”, produz as “mutações necessárias”, as estações,...enfim, a manifestação da vida na sua totalidade. Cada signo representa um “estágio” do conhecimento no “Caminho” da compreensão de um “Todo”, de forma que, todos os signos aparecem num Mapa. Como também estão integrados a cada um de nós em suas múltiplas manifestações.
O Zodíaco natural, ou seja, signos em suas casas domiciliares correspondentes é um modelo cíclico relativo ao gênero humano, em geral. No entanto, quando se produz um Mapa Pessoal, os signos – seguindo a mesma ordem – serão expostos – conforme os dados pessoais utilizados para o cálculo - de forma a estarem associados à experiência das casas (doze casas astrológicas), que, quando considerados em conjunto, sua importância astrológica passa a ser pessoal, digo, relativo a todos os aspectos de sua vida particular.

Mas, o valor – “ancestral” - da astrologia está em compreender e transmitir que tudo acontece dentro de um processo cíclico fundamental, que é infinito e universal, que transcende à nossa vontade.  Visto que, como a natureza, passamos por fases (início, plenitude, decadência e  finalização) pessoais,...Ou, por analogia: plantamos uma semente (e somos “plantados”), regamos,  (recebemos cuidados); brota (nascemos), recebe adubos adequados (somos amamentados, alimentados,...), cresce (infância-adolescência,...), dá flores e/ou frutos – ou nenhum dos dois, conforme sua espécie (boas ou más “motivações”, conforme a Índole – come frutos doces ou amargos; comporta-se como plantas espinhosas,...); amadurece (Adulto, gera e educa filhos de boa ou má índole, conforme a genética dos pais), envelhece (decadência física, ou moral, ou...), e como os frutos passageiros de outrora (Fases da vida), e cai (fragiliza fisicamente...), ao findar seu ciclo definha até que tomba (morre), e, aduba outras futuras sementes...
Na hora do nascimento (momento do inicio de nosso ritmo individual de vida), acontece a primeira troca de energia com o cosmo, através do “Sopro” e,...(da respiração). A partir deste momento, a astrologia consegue determinar a relação física e simbólica entre o nosso campo de energia e o campo de energia universal. O mapa natal é, portanto, a representação do céu na hora em que nascemos e da configuração de um padrão de energia que nos acompanhará durante a vida. Trata-se de “informações primordiais”, o destino é determinado pela posição dos planetas no céu quando do nascimento, conforme a necessidade de evolução de cada um. Digo, que um Mapa sugere um padrão de energia que nos condiciona, mas não determina a reação diante das situações que se apresentam na nossa vida. Não podemos mudar os acontecimentos, mas podemos mudar nossas atitudes em relação aos acontecimentos. Tanto criamos situações como atraímos, para que possamos vivenciar este padrão (que criamos ou que foi "determinado").
         A astrologia mostra que os padrões de energia estabelecidos no momento do nascimento continuam a operar dentro e através de nós ao longo da vida e vão se transformando, à medida que evoluí nossa “qualidade de ser”. Nos permite conhecer nossas limitações, mas, também, possibilidades de lutar para ultrapassar os obstáculos; nos mostra nossos defeitos, e, também, maneira de modificar-se, substituí-los em virtudes; aprendemos a aproveitar as oportunidades que surgem ao longo da existência; aprendemos principalmente, a aceitar – com dignidade – o que não podemos mudar,...e, por aí vai...Depende de cada um decidir o que fazer com estas energias e como direcioná-las.
         Embora, tenha um método demonstrativo “abstrato”, baseando-se somente na “observação e apreensão”, no “laboratório da existência”, da experiência pessoal e alheia, seja, do passado, no presente e para o futuro, seu valor esteja exatamente, em conseguir explicar – as vezes antecipadamente – as “repetições” à que se destina um sujeito, e, após conscientizado, compreendido e realizado, seguirem-se, os fatores e os processos que fazem a reintegração, entre o ciclo de evolução pessoal e o ciclo evolucionário universal, possibilitando de se alcançar um entendimento muito maior da vida na sua totalidade.
Mas, sua interpretação só pode acontecer dentro dos limites da experiência, conhecimento e sensibilidade do astrólogo ou da pessoa que o interpreta. Por outro lado, a prática da Astrologia, requer não somente um profundo estudos dos astros com todas as suas “vertentes”, mas, indispensável é o “grau intuitivo”, na capacidade de interpretação. E mais, acredito que ninguém pode interpretar melhor nosso Mapa do que nós mesmos. Por isso, criei um Grupo (http://br.groups.yahoo.com/group/astrologia_autoconhecimento) na net, onde interpreto basicamente os Mapas, dando o significado preciso de cada planeta, cada signo e cada aspecto e assim, acredito estar dando a oportunidade de cada um continuar sua própria interpretação. Mas é fundamental que estejamos abertos para aprender e entender a Astrologia, pois que o “Cosmos se comunica com todo aquele que for – verdadeiramente - receptivo”, até sermos capazes de o fazer.
É fácil – a qualquer um – perceber, que qualquer Religião, Seita, Ordem, Filosofia,.. possui uma “doutrina”, que em geral, visa a nos condicionar a “crenças”, quase sempre abstratas, que – dentre outras - nos servem, para aliviar, aquietar, situar dentro do mundo em que vivemos, nos dando condições de compreender – intuitivamente – melhor, a realidade da qual fazemos parte. Em maioria, idealizam a harmonia possível no mundo exterior (que sabe-se “incontrolável”) com o mundo interior. Pois bem, pode funcionar, “em alguma fase”. Mas, para “almas inquietas”, a “experiência do sagrado”, não segue a “via da Fé cega”. E, assim, saem em busca de “explicações” que respaldem as “próprias crenças”. E o “misticismo” costuma ser um possível atalho, porém, se defrontado com um Sistema de “Auto-Conhecimento”, como a Astrologia, que me repetindo, é um “Sistema absolutamente satisfatório”, quando bem interpretado e bem empregado, verão ampliadas às possibilidades do que denomino “Verdadeiro Encontro”.  Então, mais uma vez, deve-se esclarecer que a Astrologia não é uma religião, mas, um tipo de “Ferramenta”, necessário ao início do “Trabalho” em si mesmo.
Faltou dizer, que há “Astrólogos e Astrólogos”, digo, o primeiro seria o Amante e/ou profissional da Astrologia, confiável,...na medida em que fosse “Filosófico” (de “filosofia”, do grego, filo = amigo e sophia = sabedoria), conhecedor da máxima que diz que “não existe verdades fechadas”, existe “tendências, possibilidades...”, e, que em “seu amor pelo saber”, já tivesse confirmado, tanto em seus estudos livrescos, quanto em suas profundas observações da natureza humana, e, concluído a exatidão de uma “Lei Hermética tradicional” (4a – Lei da Polaridade): “...os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau,...”. Contudo, infelizmente, encontram-se – com certa facilidade – o segundo “arquétipo” de Astrólogo, sendo aqueles que usam seus estudos Astrológicos com a finalidade de satisfazer seus “diversos interesses egoístas”, seja, para manipular a própria vida e a alheia, como para outras funções que prefiro omitir aqui,...e, ainda pior, os que somente procedem à uma interpretação detalhada, para os que podem dispor de cerca de três salários mínimos, que, naturalmente, um simples indivíduo (assalariado), tendo que trabalhar três meses para ganhar, estaria excluído. Ou seja, o uso de um “Instrumento, sobretudo,  Espiritual”, apenas para os que possuem “recursos materiais”. E, sem falar, que, diante de tal postura, estes ditos “astrólogos”, não merecendo a “Inspiração do Gênio da Astrologia”, certamente, limitariam-se aos seus “truísmos” (considerações de tendências “verdadeiras”, boas ou ruins, porém, sem utilidade,...), ou ainda, afirmariam, categórica e anti-filosoficamente, “verdades”, embora, se “cínicos”, somente informariam o que julgassem adequado ao aumento da própria influência, ou exaltação da própria imagem, enfim, desculpem-me, para mim, “um lixo”. Portanto, há que se estar atento ao recorrer a qualquer pessoa que se diga “astrólogo, numerólogo, tarólogo, e, outros “ogos”.
A partir disso, arrisco-me a dizer que a Astrologia é um misto de “Ciência (enquanto “Verdade, essência, origem”)  e  Fé (Crença,...)”; Razão (Pensamento objetivo,...) e Fé (Intuição, Pensamento subjetivo,...); Filosofia (Fé consciente) e Religião (Fé cega); Física (Fato concreto) e Metafísica (Essência abstraída);...jamais como opostos, mas complementando-se, como instrumento equilibrado e equilibrante.
E, por tudo isso, pode-se afirmar, sem margem de erro, que a Astrologia é o meio – por excelência – que nos revela “os porquês” de nosso comportamento – dando significado ao – “anterior pseudo-conhecimento” - e das situações pelo qual passamos - dando significado inteligível das experiências; isto é, é um instrumento de conscientização de que temos um papel único no mundo, dentro de um ciclo evolutivo de experiências universais.
E acreditem, "Não sou astróloga", sobretudo, no sentido comum ao conceito, e, nem me instiga "vir-a-ser". Mas, confesso - há longo tempo - ser um dos "meus prediletos temas de sucessivos estudos".  Pretendo, se o "Senhor do Tempo" facilitar, ainda publicar um livro sobre o assunto.

Martha CibelliÒ

Um comentário:

  1. Gosto muitíssimo da linguagem que vc usa nos artigos!
    Obrigada pelo tempo que nos presenteia!
    Akemi

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